segunda-feira, março 29, 2010

Ilha 70!

Ilha 70 é uma série de documentários que reconta a agitada década de 70 em Florianópolis, através do olhar da juventude da época.

Naqueles anos o mundo fervia em transformações comportamentais, estéticas e políticas e a geração 70 de Floripa deu sua resposta particular: abriu olhos, ouvidos e mentes pacatas para o futuro que se anunciava.

Turma do Kioski, Moda, Música, Palhostock, Beto Stodieck, Estúdio A2, Surf, Joaquina, Doces Bárbaros, Prata Palomares, Ditadura, Novembrada...um período de fatos e personalidades alucinantes vivendo em uma cidade que se transformava rapidamente com o acelerado desenvolvimento urbano.

Os três episódios de Ilha 70 são apresentados como uma colagem pop dinâmica, pintado com cores e texturas setentistas, entrevistas com gente que fez e aconteceu, grafismos e raros materiais de arquivo, embalados ao ritmo pulsante do rock.

Ilha 70 recupera um trecho importante da história de Florianópolis que explica muito do que a cidade é hoje. Passado e presente dialogam em uma narrativa ágil, moderna e emocionante.


ILHA 70

Uma produção Vinil Filmes

Direção e roteiro: Marco Martins e Loli Menezes

Direção de Produção: Renato Turnes

Assistentes de Produção: Breno Turnes e Milena Moraes

Direção de Fotografia: Marx Vamerlatti

Som Direto e Mixagem: Léo Gomes

Assistente de Som Direto: Gabriela Damasceno

Edição: Marco Martins

Finalização e Créditos: Gustavo Monteiro

Argumento: Sandra Meyer

Pesquisa: Larissa Schimidt, Marco Martins, Loli Menezes e Renato Turnes

Apoio: Biezza Restaurante

RBS TV

DIAS 10, 17 e 24 de abril

Sábados – Antes do Jornal do Almoço.

Informações:

Vinil Filmes 32047557

segunda-feira, março 22, 2010

de lá pra cá


Registro histórico: dia 11 de novembro de 2009, na Cinemateca Brasileira, estreiou em São Paulo o curta-metragem Beijos de Arame Farpado, dirigido por Marco Martins e produzido pela Vinil Filmes. A exibição foi linda. A sala de projeção, arrisco dizer, é a melhor do país. O som e a imagem perfeitos.
Na minha direita Alvaro Guarnieri estava apreensivo, pois não tinha visto o resultado do curta ainda. Caldeira mexe a cabeça dizendo que não gostou e Julie me fotografa. Na esquerda, Loli, Renato, Hik e Danibica aguardam ansiosos. Depois comemoramos felizes pela noite de Sampa com mais outros amigos e amigos dos amigos. A Chris, a Paulinha, a Manuela Rangel e o Felipe da Di também estavam presentes. A Ivana, o Shadeck e a Elisa deram o bolo.



Pois bem, agora, por enquanto, o assunto é outro:
o aniversário de Florianópolis e o nosso novo trabalho. Anotei num bloco de papel quase tudo que estou transcrevendo agora, coisas do tipo:

Beber um chopp no Mercado Público tem seu charme. O pôr-do-sol transforma o cotidiano em pintura. Daqui a pouco vai rolar a exibição ao ar livre do documentário sobre a vida e obra do Luiz Henrique Rosa, direção de uma amiga minha que já se foi, Ieda Beck. Eu não fui no enterro da Ieda, nem fui visitá-la no hospital. Por egoísmo ou mania, já que não foi a única, preferi guardar a imagem do sorriso no rosto, dos olhos brilhantes, do cigarro nos dedos.
Ieda se foi jovem. Se estivesse aqui, com certeza seria personagem do nosso próximo documentário, o ILHA 70, que estreia na TV no dia 10 de abril (nosso, quer dizer da Vinil: Loli, Renato, Glaucia, Gustavo e eu, só pra lembrar...). Se trata de uma série de 3 episódios sobre a Ilha de Santa Catarina na década de 70. Os personagens foram escolhidos de acordo com os temas que surgiram na pesquisa, desdobramentos do tema maior, a juventude. Lá estão: o Quiosque, o Palhastock, o Estúdio A2, o Beto Stoudieck, a Novembrada etc.



Deixa eu amarrar algumas coisas: uma discussão muito pertinente neste momento é uma das chaves do filme: foi na década de 70 que iniciaram as obras que duram até hoje. Quando eu digo que tomar um chopp no Mercado tem seu charme, é a mais pura verdade para quem tem sonhado com as imagens da cidade no passado. O contraste entre o velho e o novo, a cidade que não existe mais, o crescimento desordenado, a cidade em constante mudança, planos panorâmicos para um futuro distante, um pouquinho do hoje para o amanhã (obrigado Walmor Oliveira por ter se ligado disso lá atrás, de ter apontado tuas lentes para aquela maravilha de lugar, que é o mesmo de hoje mas não é.). Tudo o que está no filme que acabamos de fazer me faz pensar numa frase do Hassis, de que "o artista tem que refletir a sua época". Eu me debruço sobre o passado para tentar entender melhor o tempo presente. Gosto de trabalhar com a memória de forma livre e desapegada (já que estávamos ocupados em nascer naqueles anos), mas ao mesmo tempo me pego nervoso ao perceber que as questões pertinentes daquela época não evoluíram. Sentado na ilha-de-edição, ouvindo um depoimento sobre as demolições desnecessárias de casarões antigos da cidade em 1974, 75, me pego pensando sobre o novo plano diretor e da possibilidade de construção de prédios na Lagoa da Conceição. Fico apreensivo, mas sigo em frente.

Desde já agradeço meus companheiros de trabalho (a Loli dirigiu comigo), os entrevistados que nos cederam não só os depoimentos, mas também acervos fílmicos e fotográficos que foram a base da nossa edição. Muito obrigado!
E tem gente que vai falar: "Ah! Mas nem era assim...". Outros vão dizer: "Era mais ou menos isso..." E outros ainda: "Era exatamente desta forma.". Eu adoro isso tudo, Rashomon me ilumina nessas horas. Ganesha dá o astral e a luz. O resto é trabalho árduo, estratégico, uma certa dose de sangue-frio, autocontrole, tesão, coragem, paixão e cara-de-pau. Coisas de quem vai fundo. Acho que foi isso. Deu pra ti, anos 70.

E antes que eu esqueça: O Beijos passa no CCBB na quarta-feira, dia 24, no Rio de Janeiro, na Mostra do Filme Livre. Mais informações, me sigam no twitter!!

bjs,

markomartin

(fotos Beijos Cris Prim / na sessão Marco / PB Jornal O Estado)