Quando a chuva parou, eu sentei no banco sob a ponte. À minha frente a concreta construção, que parecia duas, mergulhada na fluidez cinza da água parada. Dois cinzas. Um morto do concreto armado, outro vivo do mar chuvoso. Se tivesse tinta pintava agora o que as retinas não vêem. No meu colo uma tela borrada. Que sou eu borrado pintando uma tela borrada. Me vejo refletido na distorção que água causa.
Estou só, eu e meu borrão.
Atrás os carros não sabem que aquilo é filme: ilusão e espelho.
Renato Turnes, adoro seu trabalho, fã mesmo. Lindo. Tô louca pra ver.
ResponderExcluirmeu garoto, poetizando.
ResponderExcluiré o cara!
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