segunda-feira, fevereiro 02, 2009

E começa fevereiro…

A pré-produção já começou e está bastante adiantada. A equipe esteve em Lages e definiu muita coisa por lá. Fernando Leão, nosso produtor local, está mandando brasa, fechando apoios, buscando contatos com interessados em participar das filmagens e mediando nossa conversa com a prefeitura da cidade. Aguardamos ansiosos uma posição favorável de algumas frentes que ficaram abertas após nossa visita no velho-oeste.

Fernando Leão, o Produtor Local, pensa se aceita o cachê.

Até agora temos o apoio do jornal O Momento, que nos cederá uma kombi para o transporte de parte da equipe, e de alguns conterrâneos que irão nos emprestar os carros de cena: um fusca e uma variant. Rodaremos uma sequência no Motel Villages, que abriu as portas para a equipe com toda a boa vontade. Outro local que fomos muito bem recebidos foi no Aeroporto Federal de Lages, onde Cacos-de-Vidro chega num avião 60’s, pilotado pelo gentil senhor Ibanor.


Marx Vamerlatti, o Diretor de Fotografia, comtempla o céu de Lages

Loli Menezes, a Diretora de Arte, em dose dupla no Villages


O Momento, nosso apoiador, fez uma matéria de cinema!


A principal locação, porém, fica nas proximidades do chalé da família Vedana. Lá rodaremos a cena final do curta, uma perseguição desprovida de qualquer compromisso com a realidade. O local possui estradas com curvas sinuosas margeadas pelo perigoso rio Caveiras. Daí o nome: Salto Caveiras. Eu não poderia deixá-lo de fora da história!


Curvas periclitantes!

Sebastião, o Diretor de Produção, além dos outdoors!


E como não podia deixar de ser, em Lages aconteceram duas coisas curiosas: a primeira é que a cachoeira que eu havia visto na minha primeira visita, simplesmente desapareceu. Cheguei com toda a equipe e me deparei com uma rocha imensa sorvendo somente um filete d’água. Isso me fez refletir a frase do Humberto Mauro de que Cinema é Cachoeira. A queda estava lá, mas já não era mais a mesma. Assim como não o é a cada segundo que passa. Espero encontrá-la transbordante quando for filmá-la em março.
E espero que o sol nos banhe de luz.
Antes de voltarmos para casa, estávamos quase desistindo de encontrar um ator importante que irá fazer uma participação especial no filme. Antes de sair de Floripa, eu havia telefonado para Curitiba, onde ele está morando, para combinarmos um encontro em Lages. Mas ficamos de nos comunicar quando chegássemos. Ligamos direto para o celular do homem e nada. Sempre desligado. De repente, enquanto rodávamos pelo centro da cidade em direção ao posto de gasolina, Ele, o trovador-solitário, cowboy do Planalto Serrano, João Amorim, atravessa a rua diante do carro. Comoção geral. Tiramos alguns retratos para a posteridade e fechamos negócio ali mesmo, na frente do banco. Transeuntes o paravam na rua para cumprimentá-lo amigavelmente. E ele já ia fazendo a propaganda de seu próximo longa: Os Pistoleiros.


João Amorim e Marco Martins

Retornamos para Florianópolis bastante satisfeitos. Passamos a semana encaminhando ofícios, fechando elenco, finalizando roteiro e planificação e fazendo provas de figurino. As duas locações que estavam pendentes também já estão fechadas: um terraço no centro da cidade e um bar/boate. E para já dar a letra: faremos a festa de encerramento no Mix Café, no últimos dia de filmagem, dia 14 de março. Na parte da tarde filmaremos cenas com figuração convidada/disponível. De noite, quando a festa já estiver bombando, rodaremos alguns planos mais abertos. Desde já faço o convite para todos que estiverem interessados em participar. As atrações da noite ainda não estão fechadas.
Nesta próxima semana terei que me dedicar quase que exclusivamente para os ensaios com o elenco. Domingo fizemos uma sessão de Bonnie & Clyde no Blues Velvet Bar, o que já vai dar o que falar no primeiro encontro. Muitos tiros, bons diálogos, o amor e velhas piadas. A cena do assalto ao banco falido (o filme se passa durante o período da Depressão) é de tirar o chapéu. Clyde Barrow faz o velhinho do caixa ir até o carro repetir para Bonnie Parker, sua mulher, o que acabara de ouvir, que “o banco não tinha dinheiro”. Ela cai na gargalhada.
E antes que eu me esqueça: o Cine Marrocos, o último cinema de rua de Lages, vai fechar. Previsível e lastimável. Vou fazer uma cena lá . Afinal de contas, no “Veludo”, três lugares não existem mais: o Underground Rock Bar, O Brechó da Denise Richards e o terraço do Cecomtur (que ainda existe, mas é outro, como uma cachoeira).
É isso aí, uma contradição: o cinema é permanente e é provisório.
E o barco não pára.

Uma futura igreja? Um bingo? Um estacionamento?







6 comentários:

  1. Eu ainda tô pensando na verdade.
    E pro João eu diria:
    TOCA MAIS UMA JOÃO!
    Quem assistiu ao Calibre 12 sabe do que estou falando...

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  2. Vsitem meu blógue, boçais!

    www.blogdoveludo.blogspot.com

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  3. Que relato legal!
    Sabe que sempre imaginei o cine marrocos de outro jeito. Que pena que mais esse vai fechar.

    Beijos.
    Rafa G.

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  4. Parabéns, Marcão (e equipe), pela geração do novo filhote. No programa Encenação do dia 12, próxima quinta (já gravado), teremos notícia sobre as filmagens de 'Beijos...' Seus nomes estarão lá. Kiss da Lili Marlene (www.encenacao.com)

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