E tem ainda Ângelo O Coveiro, de Renato Turnes, com lançamento ainda no primeiro semestre.
Boas Vibrações!
O lançamento do curta será no Blues Velvet, seguido pela exibição do Making Of da produção e da já tradicional Zoológika, com Zuleika Zimbábue.
Zoológika especial no Blues Velvet
Zoológika – humor, cultura e informação sem cerca de proteção! Show de humor solo de Zuleika, que completa 1 ano em maio de apresentações semanais, todas as terças no Blues Velvet, no centro de Florianópolis.
Zuleika cria "versões subversivas para o entretenimento de massa", quadros inéditos em que parodia a televisão com muito humor e crítica. Tudo diluído entre os seus sets musicais especiais, garantindo descontração inteligente na noite de Florianópolis.
//Exibição.do.filme
22:00h.pontualmente
//Super.Set
1# gothic city! [gente que veste preto, pinta o olho e não é emo]
2# it's alive, alive! [música elétrica]
3# Hits cocks! [só sucesso]
//Seleção.de.clipes.fantásticos
//Zuleika.Game.horrores!
//O.dom.do.carão!
A famosa dança dos peitos de Elvira, A rainha das trevas!
//Panelão.da.Zuleika!
O fogo do inferno!
//Urna.mortuária!
Blues.Velvet [pedro.ivo.147. Centro]
Terça.29.04.
21h.
$7
Como foi pensada a adaptação do conto A Mão do Macaco para a linguagem do vídeo?
O conto original de William Wymark Jacobs se passa no final do século XIX. Trata-se de uma família: pai, mãe e filho, que recebem a visita de um amigo arqueólogo que traz um amuleto descoberto em uma de suas pesquisas. O ambiente é tratado no conto com muitos detalhes e cuidados, como a noite na qual o visitante chega, quando pai e filho estão jogando xadrez à luz de velas. Esse aspecto lúgubre das casas, das noites com silêncio, é próprio do universo fantástico. Para a adaptação tivemos que partir de um princípio que pudesse ser análogo a esse clima sombrio. Num mundo cheio de luzes e barulho (como o nosso atualmente) optamos então por uma linguagem mais dinâmica: escolher a própria câmera como aspecto marcante na fronteira entre a coincidência e o puramente fantástico. A câmera delimita o clima denso que vai tomando conta do filme. Assim, este filme não poderia ser feito em outra bitola que não fosse o vídeo: é de uma câmera caseira que nasce o ambiente e a atmosfera em que se passa a história. Assumimos todos os percalços de um registro caseiro que acabaram por conferir riqueza na textura, nos enquadramentos e na maneira de abordar o roteiro.
Você dirige teatro há alguns anos, mas essa é sua primeira experiência na direção de uma ficção audiovisual. Como o processo de A Mão do Macaco reflete sua prática no teatro? Quais os pontos estéticos e técnicos de aproximação e distanciamento entre as duas linguagens a partir dessa experiência?
Como se trata de um filme de Horror, tive que pensar basicamente no trabalho de interpretação dos atores como ponto essencial. Buscar a devida dramaticidade para aprofundar os temas abordados no filme. Meu trabalho no teatro me auxiliou a poder desenhar todas as cenas previamente. Foram muitos ensaios marcando e repassando cada olhar, cada movimento. A sensação que a platéia deveria ter é de um filme caseiro – casual – mas tudo foi extremamente construído. Inclusive a própria câmera é manuseada por um dos atores. O que tornou ainda mais complicada a maneira como filmamos e o que escolhemos para fazer parte do filme.
Uma diferença muito marcante é que, geralmente, no teatro o diretor é mais ‘solitário’ no processo de construção de uma obra. Já no cinema os inúmeros assistentes e as inúmeras funções (direção de arte, fotografia, etc...) possibilitam uma discussão muito ampla sobre qualquer aspecto do filme. Outro ponto importante é que no teatro o ator tem plenos ‘poderes’ quando está em cena. O diretor não pode intervir. Já no cinema tudo passa pelo olho do diretor ficando impresso ali seu olhar sobre os fatos.
A Mão do Macaco é um filme de horror. No teatro você já dirigiu espetáculos que experimentam essa linguagem. Quais as particularidades desse gênero que lhe atraem?
Edgar Allan Poe dizia que é no horror que podemos encontrar a beleza. Para mim tratar do universo fantástico nada mais é do que poder falar sobre a beleza e sobre todo o mistério que há nela e que não somos, nem por um segundo, capazes de compreender. Parece um paradoxo mas não é. Nas situações limites encontramos a essência das coisas que nos cercam e encontramos também aquilo que nos move para viver. É enxergando o horror que podemos purgar nossos pecados e ver que a vida é muito maior do que, muitas vezes, exageramos em definir.
Como o elenco foi escolhido? Quais as relações entre os principais atores e seus personagens?
Já a opção por Leandro Waltrick veio um pouco depois e acabou por dar sentido maior ao trio de atores. Leandro é bem mais novo que os outros dois, mas ficou à altura no conjunto de atuação. Acabou por dar a idade certa para os irmãos (foi referência, pois ele realmente tem a idade do personagem do roteiro) necessitando apenas colocar Gláucia com características visuais semelhantes às dele.
Interessava-me mostrar um casal de irmãos jovens, adolescentes, para que a tensão que via crescendo no filme pudesse ser alimentada pela energia plena da idade. Os ensaios foram, cada vez mais, revelando as relações dos atores com os personagens e, cada um ao seu modo, foi buscando espaço dentro das propostas do roteiro. Várias falas foram alteradas à medida que os atores se apropriavam e criavam novas características para os personagens.
Você resolveu ensaiar bastante com os atores e essa não é uma prática comum no cinema. Qual sua intenção com os ensaios?
Era demarcar exatamente cada ponto do enquadramento e da movimentação para se ter a devida consistência no lado oposto: parecer que nada foi ensaiado. Como o filme todo é registrado a partir de uma câmera caseira, a idéia seria a de que tudo no filme é resultado do acaso ou da intencionalidade primeira, isto é, o personagem pega a câmera e filma aquilo que quer filmar e nós, espectadores, vemos somente isso. Os ensaios também serviram como uma espécie de ‘storyboard’ ao vivo. Eu tinha, antes mesmo de filmar, todo o filme já gravado, pois registramos (e ensaiamos) todas as cenas numa câmera high 8 mm. Montei todo este rascunho em casa e pude já ver o resultado dos planos em seqüência. Outro ponto foi que os ensaios , no próprio espaço da casa onde rodaríamos o filme, foi essencial para permitir que os atores ficassem mais à vontade durante as filmagens, sem deixar que os problemas de ajuste técnico (que levam muito tempo nos dias em que se grava o filme) pudessem atrapalhar na concentração e consequentemente no trabalho de interpretação.
Que outros artistas e obras lhe inspiraram durante o processo?
Com certeza uma obra que revela a riqueza deste processo de ensaios foi Festim Diabólico de Alfred Hitchcock. Neste filme o diretor acabou, por uma necessidade técnica (ele só tinha 8 rolos de filme com 10 minutos cada), demarcando cada passo do ator, cada ação, cada detalhe dentro do apartamento onde a história se desenrola. É uma aula de síntese e construção cinematográfica. Já dentro do ponto de vista do cinema de horror outros artistas também serviram de base : Stanley Kubrick (O Iluminado), Alejandro Amenabar (Os Outros), e claro, A Bruxa de Blair que foi exemplar no tratamento dado à potência assustadora que um material filmado, ‘supostamente’ caseiro, pode criar.
Seu trabalho é caracterizado pela musicalidade e pela profunda ligação entre música, ação e drama. Como é a música em A Mão do Macaco, e como ela se relaciona com a história que está sendo contada?
A música é o elemento que denuncia a minha presença dentro do filme. A Mão do Macaco não se trata de um filme sobre um vídeo caseiro, mas sim, de uma ‘construção sobre’ um vídeo caseiro. Não se trata de um documento audiovisual encontrado em algum lugar como prova de algo que aconteceu, mas sim, de uma história vista a partir de ponto de vista de uma câmera casual. Aí é que aparece a figura do diretor. Eu interfiro com a música ressaltando as passagens que me parecem mais marcantes da atmosfera de horror que o roteiro propõe. A música tem o papel, aqui, de comentar a situação vivida pelos personagens principais e denuncia, a todo o momento, o horror que está por vir.
Toda a gravação foi realizada na casa da família de Sandra Meyer no Parque São Jorge, em Florianópolis, onde toda a equipe ficou concentrada durante o processo. Por que essa opção? O espaço é importante no filme?
Foi, talvez, a decisão mais importante de todo o filme. A gentileza da família Meyer Nunes foi incalculável, pois permitiu que os atores ensaiassem previamente um mês antes e pudessem descobrir, literalmente, todos os cantos da casa. A opção de escolher um único espaço estava já no roteiro. Creio que os grandes filmes de horror sempre trataram de enclausuramento. Os lugares fechados proporcionam a agonia devida e a síntese necessária para as situações mais extremas. A casa, no filme, é um personagem vivo que revela fotografias da família, cantos escuros, e pontos frágeis dos personagens. A concentração de toda equipe (que acabou dormindo na casa durante os dias de filmagem) foi essencial para termos a devida concentração no trabalho e na atmosfera proposta pelo roteiro.
Ao assistir hoje o filme pronto, que sensações ele lhe provoca? Quais as expectativas para o lançamento e para a esperada reação do público?
... A Associação Cultural Vinil Filmes, que eu particularmente prefiro chamar de coletivo subversivo em benefício da redenção das almas ignorantes, começa o ano com uma fornada das boas: o lançamento para março da série Encontros, que será exibida pela RBS TV, e do suspense A Mão do Macaco, de Jefferson Bittencourt. Ainda naquele mês, Renato Turnes dará início às filmagens da saga de Angelo, o Coveiro, o divertido terrir, vencedor do Prêmio Cinemateca Catarinense de 2008. Nosso herói soturno agora embarca na sua aventura mais desafiadora. O curta contará com um elenco nativo estelar, como Paulo Vasilescu no papel de Ronaldo (o arqui-rival do nosso herói) e Gláucia Grígolo, a mocinha que guarda um sepulcral segredo e que forma o par romântico do Angelo. E surge também uma equipe de um filme trash que escala o escangalhado coveiro para a sua produção. As locações vão do Cemitério do Itacorubi às praias da Ilha. A expectativa é que o filme chegue ás telas ainda este ano. Mas você pode conferir alguns esboços que resultaram neste projeto, que são alguns estudos promovidos por Renato sobre o Angelo. A série de vídeos está no Youtube, mas você também pode conferir lá no Blog do Marquinhos...
...
E a Vinil promete para o final do segundo segundo semestre as gravações de outro projeto também contemplado pela Cinemateca: Beijos de Arame-Farpado. A resposta brasileira aos casal bandido Bonnie e Clyde (EUA), estará de volta na seqüência do sucesso Veludo & Cacos-de-Vidro, de 2003. Renato Turnes e Julie Krist novamente encarnam a dupla amoroso em novas artimanhas porno-trashs. A julgar pelo barulho do primeiro filme da trilogia, que chegou a ser censurado na TVE, Beijos promete emoções fortes, mas sem apelar, garante Clyde, ops desculpa, Veludo:
- Vai ser bem família.
Será que vem prole por aí? Não sei, da cabecinha desta turma espera-se de tudo, mas dá uma chegada lá nos blogs do Marquinhos e da Vinil Filmes (http://www.vinilfilmes.blogspot.com/) e curta alguns trailers dos projetos.
Tchuco Baúco e Sporcatione é a primeira incursão cinematográfica dos Irmãos Panarotto. Um filme produzido a partir de uma viagem dos dois irmãos pela Europa. Foram sete países visitados em dois meses. A base de operações foi na Itália e dali eles foram para outros lugares como França, República Tcheca, Irlanda, Hungria, Áustria e Espanha. Sempre com uma câmera na mão e nenhuma idéia na cabeça. Simplesmente filmando de forma aleatória e intuitiva, observando e registrando as coisas que iam acontecendo ao seu redor. A viagem contou com a participação do cineasta uruguaio radicado em Florianópolis que acompanhou a dupla em vários momentos, hora filmando, hora fotografando e hora dirigindo.
Para essa primeira exibição o filme foi finalizado em dezesseis minutos, de forma mais enxuta e direta, mas tem muita cena legal que ficou de fora dessa primeira versão. Estamos preparando algumas idéias para um possível DVD com uma versão estendida do filme com bônus.
Chico Caprario
O filme não é um musical, mas poderia ser. No final de contas, não passa de um apanhado de situações que remetem a proposta da dupla: um western spaghetti sem violência, sem sangue/catchup, mas com algumas pitadas de bom humor. O nome escolhido foi uma referencia ao diretor italiano Ettore Scola. Muito mais do que isso, o título surge em função da estética que o filme apresenta. É tchuco quando as imagens aparecem balançando como se a câmera não tivesse controle nem direção. É baúco quando aparecem as mais diversas situações sempre com bom humor. É sporcatione no sentido largado da coisa, despretensiosa e suja enquanto proposta de sonoridade/estética.
Demétrio Panarotto
A coisa toda foi gravada de maneira experimental e informal. A grande sacada foi a participação de Marco Martins que se prontificou a dar forma ao conteúdo filmado. Foi ali na sala de edição que a coisa toda começou a ganhar forma.
Roberto Panarotto
Há muito tempo vinha propondo algo para ser feito ou com a banda Repolho ou com os Irmãos Panarotto. Gosto de lidar com esse universo musical do vídeo clip e essa foi uma excelente oportunidade de exercitar. Nos divertimos muito na edição do material ao perceber que as imagens se encaixavam com as propostas musicais e quando isso não acontecia gerava uma estranheza interessante.
Não percam!
Dia 30 de janeiro em Florianópolis.
Lançamento do filme Irmãos Panarotto em: Tchuco Baúco e Sporcatione
Logo após a exibição do filme acontece um pocketshow com os Irmãos Panarotto c/ participação do Marcelo Mendes
Preço: R$ 7,oo (sete pila)
Horário: 22:00 h
Local: Blues Velvet
Endereço: Pedro Ivo, Centro
SEQ 9. INT/DIA/ESTUDIO
ÂNGELO de capa preta descendo uma escadaria de pedra, em uma reprodução de Bela Lugosi